O descolamento de retina é uma condição grave, que merece muita atenção. A doença ocorre quando a retina se separa da parede posterior do olho, o que impede sua nutrição, e ocasiona um processo de degeneração e morte celular que pode levar à perda irreversível da visão.

O descolamento de retina pode ocorrer por trauma, mas na maioria das vezes ocorre espontaneamente, como um processo anormal do descolamento do vítreo posterior.
Seus sintomas são aumento do número de moscas volantes (floaters), flashes de luz na visão (fotopsiais) e/ou uma mancha escura no campo visual (escotomas).

Quando o vítreo posterior descola, ele pode tracionar a periferia da retina causando um rasgo (rotura retiniana). Se o rasgo ou buraco na retina é descoberto precocemente, antes do descolamento de retina ocorrer, ela pode ser tratada ambulatoriamente com laser.

Se a rotura já tiver infiltrado e houver uma área importante de descolamento de retina, o tratamento é através de cirurgia.

Dependendo das características do descolamento de retina e de particularidades de cada paciente, 3 técnicas cirúrgicas (Retinopexia pneumática, Introflexão escleral e Vitrectomia Posterior) podem ser escolhidas, isoladas ou combinadas, para o tratamento cirúrgico.

Retinopexia Pneumática

Nesta cirurgia, é feita a injeção de gás dentro do olho. Este gás vai obstruir o buraco ou rasgo na retina e impedir a passagem de líquido por ela. Com isso a retina retorna a posição original e dentro de alguns dias o próprio organismo vai absorver o gás espontaneamente.

Como procedimentos complementares, realiza-se normalmente crioterapia antes da injeção de gás, ou laser, após a resolução do descolamento de retina.

Introflexão Escleral

A cirurgia de introflexão escleral sutura ao redor do olho um segmento composto de silicone (faixa ou Buckle). É este segmento que vai bloquear os rasgos e ajudar a diminuir a tração na periferia da retina. O procedimento pode ser feito de forma isolada ou associada à vitrectomia posterior.

Vitrectomia Posterior

A Vitrectomia Posterior, ou Vitrectomia Pars Plana, é um procedimento bastante utilizado para o tratamento de doenças da retina e vítreo, e tem evoluído bastante nos últimos anos. Algumas vezes é possível ser realizadas sem suturas e permite um pós operatório menos traumático e menos incomodo no período pós operatório.

A técnica consiste na realização de pequenas incisões na parede anterior do olho. A partir daí, são empregados instrumentos microcirúrgicos com tecnologia avançada, entre eles fontes de iluminação, a sonda de vitrectomia, pinças, tesouras, endolaser, dentre outros.

Durante a cirurgia, o vítreo, que é a substância gelatinosa que preenche o segmento posterior do olho, é removido, a retina é colocada em sua posição original e outros procedimentos como laser e injeção de gás ou óleo de silicone, permitem estabilização da retina colada para permitir a cicatrização adequada.